A dura realidade dos clubes do distrito de Setúbal


Lemos um artigo de opinião do Sr. Amândio Jesus no Distrito Online (Notícias da Região de Setúbal) que não podemos deixar passar sem o destacarmos, pela sua frontalidade, pela sua objectividade e clarividência pela sua análise à realidade da larga maioria dos clubes do distrito de Setúbal.

Aqui transcrevemos a parte que julgamos mais importante:


"... Começa também esta semana a Intel – Taça Fundação que será disputada por 23 equipas. Fiquei curioso com o grande número de participantes e fui ver quais eram e confesso que fiquei, realmente, espantado quando constatei que a maioria tem no seu passado recente passagens pelos campeonatos distritais da AFS que abandonaram por razões de várias ordens mas principalmente por razões financeiras, porque é cada vez mais difícil “aguentar” os encargos de competir numa prova da Federação. A maioria dos clubes da distrital não pagam qualquer subsídio aos técnicos e atletas e mesmo assim por época precisam, no mínimo dos mínimos, de 12 mil euros para conseguirem aguentar com as despesas das inscrições, seguros, organização de jogos e policiamento.
Perante isto o que é que faz a Associação Futebol de Setúbal para inverter o estado das coisas?! Nada, ou melhor ajuda a que as pessoas que andam nisto por pura “carolice” sejam cada vez menos. Temos uma direção que, infelizmente, prefere estar em pedestais do que no terreno, prova disso é que raramente se vê um dirigente associativo num jogo da distrital, independentemente dos escalões, muito menos num treino, desta forma como é que podem dar valor ao que fazemos e às dificuldades que temos no dia-a-dia?! É impossível.
As inscrições dos jogadores têm um valor desproporcionado em relação à realidade financeira dos clubes, valor ao qual acresce o preço das transferências – que não vai para o clube que o jogador representava mas sim para os cofres da Federação – e, ainda, um seguro que, definitivamente, não segura nada, mas que teve um aumento de quase 100% já para não falar no aumento brutal da franquia.
Depois ainda temos um conselho de disciplina sem a menor sensibilidade para discernir os comportamentos dos agentes desportivos no calor de um jogo de futebol aplicando multas impiedosas aqueles que diariamente sem qualquer renumeração fazem tudo para que o distrital não acabe e, consequentemente, para que os senhores que os julgam possam usufruir das benesses dos cargos que ocupam.
Se aos árbitros eu desculpo sempre pelos seus erros até porque têm de julgar no calor do momento, aos doutores do conselho de disciplina acredito, verdadeiramente, que falta-lhes inequivocamente conhecimentos. E, alguns dos funcionários associativos têm, cada vez mais, tiques de intelequetalidade e sempre que os dirigentes perguntam alguma coisa limitam-se a dizer: “Leia o comunicado X ou o comunicado Y”. Quanto a mim, estas são umas das muitas razões que levam a que os clubes que disputam os campeonatos distritais sejam cada vez menos e os clubes que disputam a Inatel sejam cada vez mais.
No entanto, que fique bem claro que não tenho, absolutamente, nada contra a Inatel, bem pelo contrário, admiro as pessoas que integram estes campeonatos e tenho lá muitos amigos. Aproveito, inclusivamente, para desejar felicidades a todas as equipas, em especial ao Sporting Vinhense e ao Azul e Ouro.

Amândio Jesus
Diretor Desportivo "

O artigo pode ser consultado na sua totalidade em http://www.distritonline.pt/hoje-jogo-eu-4/

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Autor: FMS

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